Antigo Egito

Escribas


Ser escriba no antigo Egito era algo sonhado por muitos jovens. Os escribas eram as pessoas que mantinham todo o funcionamento do sistema. Eles registravam tudo, redigiam leis, faziam contabilidades e informavam tudo o que estava ou não certo na sociedade egípcia. A carreira de escriba tinha requisitos bem rigorosos. Os jovens precisavam saber ler e escrever com perfeição e ter conhecimentos em matemática, arquitetura e sobre o dia a dia. As exigências eram muitas, porém recebiam diversas homenagens e eram bem pagos pelos serviços.

Em Deir el-Medina os jovens escribas eram formados nas escolas e de lá saiam para trabalhos cotidianos ou, caso se destacassem, iam trabalhar em templos ou nos mais altos cargos que exigiam sua função, supervisionando a cobrança de impostos e os novos escribas, por exemplo. Alguns escribas também trabalhavam para o exército, organizando e contabilizando a vida da brigada armada egípcia.

Escribas trabalhando reunidos – MET



Segundo BAINES; MALIK (2008, p.198)

Todas as pessoas de classes superior seguiam a carreira de escriba, como funcionários, chefes do exército ou sacerdotes; também os faraós sabiam ler e escrever. Entre os títulos administrativos, os mais altos não se referiam a escrita; mas sabemos pelas representações que tais personagens sabiam escrever; haviam superado o nível de conhecimento em que a escrita era a ocupação principal, mas não a haviam deixado de lado. Em todas as esferas, o saber escrever constituiu a base da organização oficial. Um escriba era instruído por outro escriba nessa sua primeira ocupação, e os filhos das famílias principais podiam iniciar-se no ofício desde muito jovens, talvez por voltar de 12 anos. Depois de ter sido instruído ou num período posterior, o escriba ia ascendendo gradualmente na hierarquia administrativa. É provável que os primeiros conhecimentos fossem adquiridos antes de ocupar um posto de trabalho. Em Deir el-Medina, a única escola da qual possuímos indícios, a instrução inicial parece ter consistido em copiar passagens de um texto Hieróglifo cursivo, chamado o “Livro de Kemyt”.

“Os instrumentos básicos do escriba formam o Hieróglifo acima, que mostra uma paleta com incisões para os pigmentos vermelhos e pretos misturados com goma, uma bolsinha para água e uma pena de cana ou um papiro alisado, tudo isso atado. A tinta era feita deitando-se água sobre o pigmento. O escriba mais pintava do que escrevia, segurando a superfície com a mão[…]” (BAINES; MALIK, 2008, p. 198)

Papiros:


O Papiro não era a única superfície de escrita do antigo Egito, mas com certeza foi foi a mais popular. Apesar de parecer frágil, eles chegaram até os nossos dias. Desde registros literários, matemáticos, médicos e inúmeros textos religiosos escritos nessa superfície é que podemos conhecer um pouco sobre a vida cotidiana e as técnicas utilizadas nas diversas áreas do conhecimento.

Cyperus Papyrus – Planta sagrada para os egípcios, tem o caule em formato de triângulo (pirâmide) e sua parte superior representa o sol e seus raios.

As páginas individuais eram presas para formar um rolo padrão de vinte páginas, às vezes os rolos eram colados conforme a necessidade em fornecer uma superfície de escrita ainda maior. (DAVID, 2003, p.245)



Processos da fabricação do Papiro:

1 – Retira a camada verde que reveste o caule e corta ele em tiras.

2 – Para fazer a folha dispõe-se a camada horizontal de tiras sobre a vertical.

3 – Depois martela-se a folha para fazer com que as tiras adiram.

4 – Coloca-se a folha embaixo de uma pedra por alguns dias até as tiras virarem uma unica folha.

5 – A folha é então laminada. (Com uma espécie de pedra pome).

Obtém-se, assim, uma folha lisa e macia, pronta para ser usada.


Atualmente há explicações diversas de como produzir folhas de papiro, cada uma com algum detalhe diferente. Veja um guia completo de como fabricar o Papiro clicando aqui.


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Autor: Lucas Ferreira



Fontes / Referências:

– BAINES, John; MALIK, Jaromir. Cultural Atlas of Ancient Egypt. London: Andromeda Oxford Limited, 2008.

– DAVID, Rosalie. Handbook to life in ancient Egypt. 2 Ed. New York: Facts On File, 2003.

– SHAW, Ian. The Oxford Illustrated History of Ancient Egypt. Oxford: Oxford University Press, 2000.

Sites / Referências:

http://www.reshafim.org.il/ad/egypt/

http://scriptorium.lib.duke.edu/papyrus/

Leitura recomendada:



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Lucas Ferreira

Natural de Criciúma – SC, Graduado e Pós-Graduado em História pela UNIASSELVI – SC, com ênfase no Antigo Egito. Apaixonado pelos antigos egípcios e desenvolvedor de projetos na área da Egiptologia.

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