Antigo Egito

O Mito da criação

Como visto na cosmogonia egípcia, existiram diferentes mitos de criação ao longo da história egípcia. Esses mitos não podem ser encarados como formas contraditórias.

O que ocorre é que nas principais cidades havia grupos de sacerdotes que tentavam fazer com que seus deuses e mitos prevalecessem em todo o território. Por isso, ao longo da história, alguns deuses vão se destacando mais e em vários casos vão se fundido com divindades populares de outros períodos, como o exemplo de Ré (Ra), deus do sol.

Página do livro dos mortos de Nesitanebtashru – 21ª dinastia, mostrando bem Nut, Geb e Shu. Acessado de: http://www.britishmuseum.org

Alguns mitos de criação foram muito populares entre a civilização egípcia. O primeiro vem da cidade de Heliópolis e inicialmente constituía um mito com nove deuses. Os egípcios diziam que no início do mundo nada existia além de um enorme oceano chamado Nun. Desse oceano surgiu Atum (a forma como ele surgiu varia de um mito para outro), que imediatamente fez Shu, deusa do ar, e Tefnut, o deus da umidade. Eles, por sua vez, fizeram Geb, deus da terra, e Nut, a deusa do céu. Geb e Nut eram os pais de Osíris, Set, Ísis e Néftis.

“Para os egípcios, o nascimento do mundo está estritamente ligado ao que eles têm diante dos olhos todos os dias: o vale do nilo. O Nun, oceano primitivo do qual emergiu a terra, lembra o rio Nilo no momento de sua cheia anual. A importância do Nilo é tão grande que os egípcios se orientam pelo sul, voltando-se para a nascente desse rio, pois ela representa o começo do mundo. Portanto, para um egípcio o leste fica a esquerda, e o oeste, à direita. O sol, por ser o primeiro deus da religião egípcia, origem da vida, também desempenha um papel especial. Segundo certos mitos, teria nascido de um ovo; segundo outros, originou-se de uma lótus. De qualquer maneira, o astro delimita o Universo, que, aliás é designado pela expressão “o que o sol encerra” […]” (QUESNEL, 1993, p.2)

A Eneáde de Heliópolis foi um dos três mitos que surgiram durante o Império Antigo na tentativa de explicar o surgimento do mundo. Foi desenvolvida pelos sacerdotes de Ré. A fonte mais completa que existe sobre a Eneáde vem dos textos das pirâmides. Atum foi associado a Ré e essa fusão era explicada pelos sacerdotes como um adicional de poder a Atum. Os principais mitos envolvem a Enéade de Heliópolis e sem dúvida ela foi a mais popular em todo o antigo Egito.

Diferentes versões:

Recomendo também a leitura do livro: Religião e Magia no antigo Egito
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Autor: Lucas Ferreira

Fontes / Referências:

– BAINES, John; MALIK, Jaromir. Cultural Atlas of Ancient Egypt. London: Andromeda Oxford Limited, 2008.

– QUESNEL, A et al. O Egito: Mitos e Lendas. Editora: Ática, 1993.

– REMLER, Pat. Egyptian Mythology A to Z. 3. ed. Publisher: Chelsea House, 2010.

Sites / Referências:

– http://www.britishmuseum.org/

http://www.oxfordexpeditiontoegypt.com/

http://scriptorium.lib.duke.edu/papyrus/

Leitura recomendada:



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Lucas Ferreira

Natural de Criciúma – SC, Graduado e Pós-Graduado em História pela UNIASSELVI – SC, com ênfase no Antigo Egito. Apaixonado pelos antigos egípcios e desenvolvedor de projetos na área da Egiptologia.

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9 Comentários

  1. Fazendo uma leitura superficial dá vontade de conhecer mais sobre as fascinantes histórias egípcias. Parabéns pela escrita atrativa, amei.

  2. Eu achei que esse negócio ia explicar e contar esse mito de criação do universo e não ficar enrolando e falando sobre a “Eneáde de Heliópolis”
    se eu fosse dar uma nota para isso seria 2.5

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