Antigo Egito

Resgatadas algumas peças da coleção egípcia do Museu Nacional

Numa coletiva realizada em 07/05/19, no Auditório do Observatório Nacional, foi anunciado que das mais de 2700 peças já resgatadas dos escombros do incêndio que afetou o Museu Nacional em setembro de 2018, mais de 200 delas pertenciam à Coleção egípcia, resultado do trabalho incansável e grandioso que tem sido realizado pela equipe de Resgate e do SESHAT – Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional.

Dentre os objetos recuperados destacam-se os amuletos que protegiam a múmia de Sha-Amun-en-su, que foi sacerdotisa e cantora do templo de Amon, em Tebas, por volta da primeira metade do século VIII a.C.  Embora intocadas até esse momento, visto que o sarcófago seguia lacrado por mais de 2700 anos, as peças eram conhecidas pelos pesquisadores graças a uma tomografia realizada em 2005.

Escaravelho da sacerdotisa de Amon. Cortesia: SESHAT.

Outro importante artefato é uma estatueta em calcário de uma dama egípcia, apelidada de “Dama do cone”, trajada com vestido de linho pregueado, peruca, joias e trazendo uma flor de lótus na mão esquerda, a peça tinha originalmente um cone de incenso na cabeça, destruído pelo fogo.

Estatueta da “dama do cone”. Cortesia: SESHAT.

Também foram recuperadas estátuas shabits, estatuetas votivas em bronze de divindades, vasos cosméticos e estelas.

Shabits. Cortesia: SESHAT.

Parte do trabalho de recuperação tem sido a impressão 3D de peças das várias coleções do museu, e os pesquisadores têm usado parte das próprias cinzas vindas do incêndio para a composição da mistura usada para a impressão. Até mesmo uma réplica em miniatura de Sha-Amun-en-su foi impressa usando esse processo.

Vasos cosméticos. Cortesia: SESHAT.

Um dos amuletos da sacerdotisa encontrados é um escaravelho do coração, que segundo a tradição egípcia antiga deveria oferecer proteção ao coração do seu portador(ora), garantindo a ele ou ela um pós-vida tranquilo.

Membros da equipe de Resgate, da esquerda para a direita: Luciana Carvalho, Murilo Bastos, Ângela Rabello, e Pedro Luiz von Seehausen. Cortesia: SESHAT.

“Ele, que estava lacrado dentro de um caixão por 2.700 anos, vindo à tona pela primeira vez, foi uma sensação bem emocionante. A gente está fazendo com que essas pesquisas ressurjam das cinzas”, observou Pedro Luiz Von Seehausen, arqueólogo do Museu Nacional.

Fontes:

Jornal Nacional. Pesquisadores usam cinzas do Museu Nacional para fazer impressões em 3D. G1, 7 Maio 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/05/07/pesquisadores-usam-cinzas-do-museu-nacional-para-fazer-impressoes-em-3d.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=jn&utm_content=post&fbclid=IwAR0ga2gY70mGYDclxwZyEMxe5tbNHUEXcomOE-lCU_hMQb8szO6rQCKFPo0. Acesso em: 08/05/19.

SESHAT. Museu Nacional apresenta peças da coleção egípcia resgatadas no Palácio. Facebook, 7 Maio 2019. Disponível em: https://www.facebook.com/pg/seshatlab. Acesso em: 08/05/19.

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Luiz Fernando P. Sampaio

Natural de Jacareí - SP, é bacharel e licenciado em História pela Unesp "Júlio de Mesquita Filho", FCHS, Franca - SP. Especializando em História Antiga e Medieval pelas Faculdades ITECNE, Curitiba, PR. Atualmente é professor da rede Estadual de Ensino de São Paulo e na rede privada, ministrando a disciplina de História. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3998141217790326.

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