Antigo Egito

Hatshepsut teria falecido de câncer e sofria de diabetes

O diretor do Museu de Antiguidades da Biblioteca Alexandrina e supervisor do Centro Zahi Hawass para Egiptologia, Hussein Abdel Baseer, revelou que a famosa antiga rainha egípcia Hatshepsut morreu por causa de um câncer aos 50 anos de idade e que também era diabética.

Abdel Baseer fez o anúncio numa palestra intitulada “Rainhas egípcias… Drama de Amor e Poder” no Centro Zahi Hawass para Egiptologia.

Hatshepsut era a mais velha das duas filhas do rei Tutmósis e da rainha Amósis. Após a morte do pai, Hatshepsut se casou com seu meio-irmão Tutmósis ll.  

Esfinge da rainha Hatshepsut, originalmente em Deir el-Bahari. Museu Egípcio, Cairo, Egito. Foto: Luiz Fernando P. Sampaio, Jan. 2019.

Tutmósis ll, que era filho do pai dela com uma de suas esposas secundárias, se torno rei após a morte do pai por volta de 1492 a.C.

Ele e Hatshepsut tiveram uma filha, Neferu-Ra. Tutmósis morreu jovem, em 1479 a.C., mas ele teve outro filho, Tutmósis III, também de uma esposa secundária.

O trono foi para seu filho, mas ele era muito jovem para governar. Hatshepsut assumiu e atuou como uma regente até que o enteado atingisse a maioridade.

Segundo o site Ancient History, “no décimo sétimo ano de sua regência, contudo, ela mudou as regras e coroou a si mesma faraó do Egito. Ela assumiu todos os títulos reais”.

Hatshepsut com as insígnias do faraó. Pilar osiríaco em Deir el-Bahari, Luxor, Egito. Foto: Luiz Fernando P. Sampaio, Jan. 2019.

Marc Van de Mieroop, professor de História do Antigo Oriente Próximo na Universidade de Columbia, observa no site Ancient History que Hatshepsut foi representada como uma mulher nas suas primeiras estátuas e relevos, após sua coroação como rei, todavia, ela começou a aparecer com trajes masculinos e gradualmente passou a ser representada com físico masculino.

Hatshepsut sentiu que ela tinha o direito de governar o Egito como qualquer homem. Sua aparência masculina não se destinava a manipular a população para que ela acreditasse que a faraó era um homem. Ela estava mostrando que também era um faraó.

Hatshepsut teve uma vida pacífica; ela construiu muitos tempos e focou na economia do Egito ao conduzir atividades comerciais altamente tentáveis.

No entanto, nem todo mundo gostava de suas realizações. Após a morte dela, Totmósis III reclamou o trono. Ele se tornou um grande faraó e ficou conhecido como “O Napoleão do Antigo Egito” por suas vitórias militares.

Ele destruiu quase tudo que Hatshepsut ergueu. Ela teve toda as evidências de sua existência destruídas.

Hatshepsut abraçando o deus Amon. Detalhe do obelisco caído do templo de Karnak, Luxor, Egito. Foto: Luiz Fernando P. Sampaio, Jan. 2019.

Segundo o artigo “História de Hatshepsut”, ela construiu dois obeliscos de granito vermelho e seu nome apareceu num deles. Tutmósis III destruiu um dos obeliscos. Ela permaneceu em grande parte desconhecida até o século XIX.

Hatshepsut realizou o que nenhuma outra mulher fizera antes. Ela governou a civilização mais poderosa por mais de 20 anos.

Traduzido de:

ESSAM, A. Hatshepsut died of cancer, was a diabetes patient. Egypt today. 31 Ago. 2019. Disponível em: https://www.egypttoday.com/Article/4/74353/Hatshepsut-died-of-cancer-was-a-diabetes-patient?fbclid=IwAR37E6JHbP19nCIJvOa1Pp7_DVs3GExEx_6CYHVxevkBvl_Y1pPs5Au9pmw. Acesso em: 01/09/19.

Para mais informações:

TYLDESLEY, J. Chronicle of the Queens of Egypt. Londres: Thames & Hudson, 2006.

_____________. Hatchepsut: The Female Pharaoh. Londres: Penguin Books, 1998.

Leitura recomendada:

Luiz Fernando P. Sampaio

Natural de Jacareí - SP, é bacharel e licenciado em História pela Unesp "Júlio de Mesquita Filho", FCHS, Franca - SP. Especializando em História Antiga e Medieval pelas Faculdades ITECNE, Curitiba, PR. Atualmente é professor da rede Estadual de Ensino de São Paulo e na rede privada, ministrando a disciplina de História. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3998141217790326.

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