Antigo Egito

Hawass revela História das Crises e Epidemias, dos faraós até hoje

O mundialmente conhecido egiptólogo Dr. Zahi Hawass afirmou que os egípcios sofrem com uma crise severa.

Ele expressou sua felicidade sobre o papel que o país tem desempenhado no combate ao coronavírus, dizendo: “O Presidente do Egito, Presidente Abdel Fattah El Sisi está fazendo um grande esforço, que mostra a nós a preocupação do estado e do governo egípcios com a saúde dos seus cidadãos”.

Dr. Hawass assinalou que a crise também mostrou a unidade do povo entre si mesmo.

O famoso arqueólogo egípcio também examinou a história das crises e das epidemias no Egito.

Ele observou que o país sofreu com crises severas durante o Egito antigo, a primeira das quais foram sete anos de fome durante o domínio do rei Djóser, que foi o primeiro a construir um edifício de pedra na história.

Pessoas famintas, relevo da calçada do complexo da pirâmide de Unas, V Dinastia, c. 2345-2315 a.C. Museu Imhotep, Saqqara, Egito. Foto: Luiz F.P. Sampaio. Jan. 2019.

Dr. Hawass observou que a malária se espalhou no Egito, o que causou a morte do rei Tutancâmon; isso foi descoberto após análise de DNA, além das muitas famílias reais que morreram de malária.  

Ademais, o Prof. Barry Kemp descobriu um grupo de cemitérios durante seu trabalho em Tell el-Amarna, que mostrou que cerca de 70% da população que viveu em Amarna morreu de malária, confirmando que o Egito foi exposto na era amarniana a essa epidemia que veio da África.

Ele declarou que o Egito foi exposto à praga dos Hititas e existem muitos textos em Amarna que falam sobre as orações que foram realizadas para se livrar da praga.

Deusa leoa Sekhmet, protetora contra pragas, relevo interno do templo da Ilha de Philae, sécs. VII-VI a.C. Assuã, Egito. Foto: Luiz F.P. Sampaio. Jan. 2019.

Os textos também mostram como a princesa hitita Maathorneferure, a primeira esposa do rei Ramsés, foi ao templo de Karnak, ao templo de Sobek no Faioum e finalmente ao templo de Sekhmet em Abusir para orar por cura.

Dr. Hawass salientou que ao final dessas crises anteriores, o Egito emergiu salvo, e forte e proveu o mundo com conhecimento, observando a necessidade de que o povo se una para enfrentar a crise atual.

Deus Sobek, invocado na proteção contra males diversos, relevo externo do templo de Kom Ombo, sécs. II-I a.C. Assuã, Egito. Foto: Luiz F.P. Sampaio. Jan. 2019.

Falando sobre as escavações no Vale dos reis, o veterano arqueólogo afirmou que os operários estão trabalhando sem parar nas escavações, porque eles precisam de emprego.

“Tomamos todas as precauções necessárias para proteger os trabalhadores do Coronavírus, o que poderia nos apresentar uma grande descoberta durante essa crise”, acrescentou o Dr. Hawass.

O famoso arqueólogo egípcio pontuou que o trabalho de escavação está prosseguindo em Luxor e Saqqara, durante o qual os trabalhadores estão usando máscara médica e tomando as medidas protetivas necessárias contra o novo coronavírus, para conter a sua propagação.

“Antes de qualquer escavação ser realizada, nós e o local somos esterilizados de modo que o trabalhado seja feito num ambiente livre do vírus”, ele observou.

Dr. Hawass agradeceu ainda ao presidente Sisi por sua postura forte com todos no Egito e advertiu sobre a necessidade de se opor aos rumores preconceituosos.

“O Egito é forte e essa crise acabará bem”, ele enfatizou.

Traduzido de:

SAMEH, Y. Hawass Reveals History of Crises, Epidemics from Pharaohs until Now. See news. 27 Mar. 2020. Disponível em: https://see.news/hawass-reveals-history-of-crisis-epidemics-from-pharaohs-until-now/. Acesso em: 27/03/20.

Indicações bibliográficas:

ALLEN, J.P. The Art of Medicine in Ancient Egypt. Nova Iorque: Metropolitan Museum of Art, 2005. (Disponível online em: https://www.metmuseum.org/art/metpublications/The_Art_of_Medicine_in_Ancient_Egypt)

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STROUHAL, E. Para cada doença um remédio. In:_____________. A vida no antigo Egito. Barcelona: Folio, 2007.

STROUHAL, E.; VACHALA, B.; VYMAZALOVÁ, H. (Eds.). Medicine of the Ancient Egyptians. 1st.ed. Cairo: The American University in Cairo Press, 2014.

Leitura recomendada:



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Luiz Fernando P. Sampaio

Natural de Jacareí - SP, é bacharel e licenciado em História pela Unesp "Júlio de Mesquita Filho", FCHS, Franca - SP. Especializando em História Antiga e Medieval pelas Faculdades ITECNE, Curitiba, PR. Atualmente é professor da rede Estadual de Ensino de São Paulo e na rede privada, ministrando a disciplina de História. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3998141217790326.

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